segunda-feira, 28 de março de 2011

NÃO FOI POR FALTA DE AVISO!


“Não acuse a natureza: ela fez a parte que lhe cabia.
Agora, faça a sua...”.

John Milton (1608 - 1674)
Escritor inglês


No dia 11 de março, quando um terremoto de magnitude de 9° na escala Richter devastou a costa do Japão, sendo o seu epicentro no Oceano Pacífico, a uma profundidade de 24 quilômetros, seguido de dezenas de outros abalos e desencadeando um tsunami sem proporções, com ondas de até vinte e três metros de altura, as bases do país desabaram, literalmente. Desde então, leitores do meu blog pedem que eu escreva a respeito, já que, até hoje, eu sequer tinha tecido uma linha a respeito. Não que eu não reconheça a gravidade da tragédia nem que esteja indiferente ao drama do Japão diante da destruição provocada por esses dois fenômenos da natureza.

Pior! Quando se sabe que depois do primeiro terremoto que gerou todo esse drama – o sétimo maior já registrado em todo o mundo, aliás, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos, agência que monitora e estuda tremores ocorridos na Terra –, mais de setecentas réplicas já o sucederam, sendo registrados, ainda, quase diariamente, tremores de 6° na escala Richter, sem falar que tais acontecimentos repercutiram, negativamente, em reatores nucleares japoneses, que foram danificados, pondo em risco, consequentemente, o planeta como um todo. Afinal, o acidente nuclear provocou explosões e ameaças de vazamentos radioativos.

Ocorre que, não é de hoje, ambientalistas de todas as nacionalidades alertam para os desastres ambientais que podem decorrer das agressões que, de há muito, têm sido cometidas pelo ser dito humano contra o meio ambiente, que, inclusive, anda para lá de desequilibrado. Sou solidária, sim, com a dor do Japão, mas, como o mundo não avança na proteção nem na preservação do meio ambiente, apesar dos tristes exemplos que a História nos tem dado de como a natureza é capaz de reagir a agressões, ou seja, revidar de maneira implacável à violência fruto de ações humanas, eu não vou ficar 24 horas lamentando uma tragédia que poderia ter sido evitada.

O fato é que, diante do alerta de que, neste domingo, 27, outro tsunami poderia ocorrer no Japão, em função, mais uma vez, de um terremoto, no caso, de intensidade 6,5°, tudo indica que não há previsão para que cessem os desastres ambientais no país, causando ainda mais estragos. Enfim! Se a terra e o mar se revoltaram contra o Japão, é evidente que está mais do que na hora de as pessoas adquirirem uma consciência ambiental, sem pensar apenas no acúmulo das suas riquezas materiais através da exploração irracional dos recursos naturais. E não esquecer, claro, que é mais previsível a natureza dizimar a espécie humana do que a espécie humana dominar a natureza...


Nathalie Bernardo da Câmara


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