quinta-feira, 14 de abril de 2011

NO LÁBARO QUE OSTENTAS...


“Ensinar exige compreender que a educação é uma forma de intervenção no mundo...”.

Paulo Freire (1921 - 1997)
Educador brasileiro



Para quem não me conhece, não sou patriota. Acho patriotismo, inclusive, algo muito démodé. Enfim! Em uma das minhas pesquisas na internet, buscando alimentar o meu banco de imagens, eu dei de cara com a charge acima. E ri muito! Afinal, em minha ignorância, pensei até que os versos decantados pelo aluno, em resposta à pergunta da professora, faziam parte de uma estrofe qualquer de um hino de um time de futebol brasileiro qualquer. 

Em função da charge, corri atrás da informação, aliás, um dos meus parcos lazeres, ou seja, conhecer o que ignoro. Então, o Hino Nacional Brasileiro. A música do hino ao qual me refiro foi composta pelo brasileiro Francisco Manuel da Silva (1795 - 1865) em 1822. Inicialmente chamada de Marcha Triunfal, em comemoração à Independência do Brasil, a música popularizou-se e recebeu duas letras. A primeira, de autoria de Ovídio Saraiva de Carvalho e Silva (1787 - 1852), cantada pela primeira vez, juntamente com o hino, no cais do Largo do Paço, atual Praça 15 de novembro, no dia 13 de abril de 1831. A segunda letra, por sua vez, de autoria desconhecida, foi criada quando da coroação de dom Pedro II (1825 - 1891). Em 1909, uma nova composição se incorporou à música, a mesma que vigora até hoje, compondo o hino.

De autoria de Joaquim Osório Duque Estrada (1870 - 1927), a letra só foi oficializada, por decreto, assinado pelo presidente Epitácio Pessoa (1865 - 1942), em 1922, enquanto a música do hino já tinha sido oficializada desde 1890. No século XX, em 1971, uma lei especificou a “postura correta” de uma pessoa durante a execução do Hino Nacional, ou seja, “em pé e em silêncio”. Já neste século, contudo, retrocedemos, já que, em 2009, entoar o tal hino, nem que seja uma vez por semana, tornou-se obrigatório para os alunos do ensino fundamental de escolas públicas e particulares de todo o país – esse tipo de coisa só nos faz lembra de Hitler (1889 - 1945). Bom, segundo a educadora brasileira Geane Gleise, em seu blog Criatividade pedagógica, existe versão do referido hino até em história em quadrinhos – não, não me peçam para reproduzir o hino parnasiano com as suas palavras rebuscadas em quadrinhos.





E o que dizer dos versos do aluno?


Foto: TV Globo/Reprodução
“Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor...”.

Nélson Biasoli
Poeta brasileiro



A composição Grito de guerra, mais popular, inclusive, do que o próprio Hino Nacional, foi criada nos anos quarenta e precisou passar pela censura do regime militar (1964 - 1985) para ser registrada. Quando cantado pela torcida dos jogos de futebol da seleção brasileira nas Copas do Mundo, sempre emociona o autor, que, aliás, aos setenta anos de idade, já compôs mais de cem hinos: “Quando eu vejo todo mundo cantando, nem sei o que penso”, declarou. Considerado recordista mundial na criação de hinos, sobretudo os heráldicos – está no livro dos recordes, o Guiness Book –, Nélson Biasoli nasceu e mora em Tambaú, no interior de São Paulo. Ele, sim, um patriota! Um nacionalista.

 

Nathalie Bernardo da Câmara


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