terça-feira, 19 de abril de 2011

TOCOS DE DESILUSÃO


“É sempre mais valioso ter o respeito do que a admiração das pessoas...”.

Jean-Jacques Rousseau (1712 - 1778)
Filósofo Suíço




A Organização das Nações Unidas - ONU até que tenta fazer da Terra um planeta mais aprazível. Tanto que elegeu 2011 o Ano Mundial das Florestas. Porém, enquanto o ser dito humano não se conscientizar da necessidade imperativa de proteger o meio ambiente, de nada adiantam as ações empreendidas por autoridades ambientalistas no sentido de frear as reações adversas as agressões cometidas contra a natureza. Assim, que, hoje, no Dia do Índio, 19, as pessoas reflitam sobre a gravidade do problema que é o desmatamento, comprometendo, inclusive, ao longo dos séculos, um dos maiores bens da Terra, que é, por exemplo, o oxigênio, entre outras preocupantes perdas, além de, acintosamente, privar o povo indígena do seu habitat.

De qualquer modo, instituído em 1940, durante o I Congresso Indigenista Internacional, realizado na cidade de Patzcuaro, no México, ocasião em que foi igualmente criado o Instituto Indigenista Internacional, cuja finalidade seria a de zelar pela garantia dos direitos indígenas nas Américas, o Dia do Índio só foi reconhecido pelo governo brasileiro em 1943, mediante um decreto, assinado, à época, pelo então presidente Getúlio Vargas (1883 - 1954), nascido, coincidentemente, em um 19 de abril. Enfim! Eu, particularmente, não sou chegada a datas comemorativas, não importa qual, mas, se elas existem, cada um tem o direito de celebrá-las. Só que essa celebração seja algo sincero. No caso dos índios, que, de fato, seja criada uma política que salvaguarde o que restou da cultura indígena...



No país dos Jecas


“Todos os nossos males (...) provém de uma causa única: pobreza, anemia econômica. Vou além: miséria...”.

Monteiro Lobato (1882 - 1948)
Escritor brasileiro




O escritor brasileiro Monteiro Lobato nasceu em Taubaté, em São Paulo, em um 18 de abril. Em sua homenagem, nessa data, também é comemorado o Dia Nacional do Livro Infantil – coisa que, quando criança, sempre li, inclusive a mais badalada das obras de Lobato, que são as histórias que se passam no fantasioso Sítio do Pica-Pau Amarelo, com narrativas que trazem Emília, Pedrinho, Narizinho, dona Benta, tia Nastácia, Visconde de Sabugosa, Cuca, Saci e demais personagens do folclore brasileiro vivendo as mais lúdicas e bucólicas das aventuras, cujo objetivo é o de, saudavelmente, alimentar imaginários infantis em formação.

No dia 13 de abril de 2010, citando arianos famosos, escrevi em meu blog: “Fazendeiro, Lobato escolheu a zona rural como cenário para quase a totalidade dos seus contos, que, segundo a escritora brasileira Marisa Lajolo, falam dos ‘diferentes brasis que até hoje, sob diferentes formas, assombram as esquinas da nossa história: o trabalho do menor, o parasitismo da burocracia, a violência contra negros, imigrantes e mulheres, a empáfia dos que mandam, o crescimento desordenado das cidades, a degradação progressiva da vida interiorana’, refletindo, assim, o ‘surto de modernidade autofágica’ que desembocou na crise de 1930. Mas, de crise em crise, o Furacão da Botocúndia – como Lobato também era conhecido – chegou a produzir, ao longo da sua carreira literária, vinte e seis títulos destinados ao público infantil. Um dos mais importantes escritores da literatura infanto-juvenil da América Latina e também do mundo, Lobato, que se considerava modesto, chegou a declinar de convites para ingressar na Academia Brasileira de Letras - ABL, alegando, por exemplo, que tinha outras coisas com as quais se preocupar”.

Um dos precursores do Modernismo, embora nunca tenha aderido ao movimento, ele, certa vez, afirmou: “Talento não pede passagem, impõe-se ao mundo”. O ideal, contudo, é que o exemplo de Monteiro Lobato fosse seguido e, de uma vez por todas, superado o deprimente embotamento que, de há muito, permeia o intelecto das crianças brasileiras...


Nathalie Bernardo da Câmara



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