quinta-feira, 22 de setembro de 2011

22 DE SETEMBRO: DIA NACIONAL DA BANANA


“Quando oferecermos banana como pagamento, teremos macacos para trabalhar...”.

Anônimo



Existe um site chamado Guia do estudante – eu não sabia. Porém, vasculhando na internet sobre bananas, eis que, casualmente, o encontro. A página aberta, portanto, abordando o tema em questão, fala do livro Banana: The Fate of the fruit that changed the world (Banana: O Destino de Banana: O Fruto proibidoa da fruta que mudou o mundo), do jornalista norte-americano Dan Koeppel, publicado pela editora Hudson Street em 2007. Então... No referido site, uma matéria, digamos assim, da jornalista brasileira Carolina Pasquali, intitulada , questiona o que Adão e Eva; nativos da Papua-Nova Guiné; um reverendo espanhol – não sei qual – e a cantora e atriz brasileira de origem portuguesa Carmen Miranda [(1909 – 1955)] – esqueceram-se de Macunaíma, personagem do escritor brasileiro Mário de Andrade (1893 - 1945), que contou a sua história, em 1928, – têm em comum? Óbvio que uma banana. Vejamos, então, o que diz Carolina, não a portuguesa do brasileiro Machado de Assis (1839 - 1908), que “acalentou e destruiu o coração do escritor".


 
Eva estava feliz da vida naquela maravilha que era o Jardim do Éden. Até que uma astuta serpente a seduziu a comer o fruto de uma árvore frondosa – o único proibido por Deus. A mulher sucumbiu, comeu do fruto e o dividiu com Adão. Por  causa da banana, os dois foram expulsos do paraíso.

Não estranhe. A tradição cristã sempre relacionou o relato da Bíblia à maçã. Mas, segundo o jornalista americano Dan Koeppel, há muitas evidências de que o tal fruto proibido que teria desgraçado os dois moradores do Éden seja mesmo a banana. A maçã só teria aparecido no ano 400, com a versão da Bíblia escrita em latim por São Jerônimo. O trabalho, conhecido como Vulgata, foi largamente difundido nos séculos posteriores, especialmente após Johannes Gutenberg inventar os tipos móveis, no século 15. A confusão teria se espalhado assim: ao traduzir do hebreu a descrição do fruto proibido do Jardim do Éden, São Jerônimo escolheu a palavra malum. Segundo historiadores, com a intenção de dizer “malicioso”. Mas malum também significa maçã em latim – e, com a Bíblia impressa em larga escala por Gutenberg, o erro teria ganhado força.

Adão e Eva, de acordo com a Bíblia que conhecemos hoje, teriam usado folhas de figueira para cobrir seus corpos nus. Folhas de figueira, argumenta Koeppel, não são grandes o suficiente para cobrir nada. Folhas de bananeira, sim. E a evidência é reforçada pelo que poderia ser mais uma confusão de tradução: banana, durante um período, era chamada de figo.





A obsessão de Dan Koeppel por bananas começou em 2003. Nessa época, uma matéria publicada pela revista britânica New Scientist chamou a atenção do jornalista, editor contribuinte da americana National Geographic. O texto falava de uma praga, ainda sem cura, que ameaçava plantações de banana. Koeppel decidiu que aquela matéria terminava exatamente onde começaria outra: a sua.

O jornalista propôs o tema aos editores da Popular Science, revista para a qual também colaborava. Eles toparam – e o que era para ser uma matéria virou livro. O resultado está em Banana: the Fate of the Fruit That Changed the World (“Banana: o destino da fruta que mudou o mundo”), publicado nos Estados Unidos em dezembro de 2007 e sem edição em português. A pesquisa incluiu viagens a Bélgica, Equador, Honduras e China, dezenas de entrevistas e uma extensa coleta de documentos. O texto demonstra que, se a banana não mudou o mundo, como quer provar o autor no título do livro, ela esteve presente em momentos decisivos da nossa história. E corre o risco de desaparecer.



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