sábado, 15 de setembro de 2012

QUEM NÃO TEM TWITTER USA ÓCULOS ESCUROS



Relendo um antigo livro, os Poemas 1913 - 1956, de Bertolt Brecht (1898 - 1956), uma seleção da obra do alemão traduzida pelo editor brasileiro Paulo César Souza e publicada originalmente pela Editora Brasiliense em 1986, escolhi um poema, escrito no período que vai de 1938 a 1941, para reiniciar a publicação dos meus devaneios neste blog. Porém, adianto aos meus leitores habituais – aos eventuais também – que não mais o farei com tanta frequência. Afinal, a constância com a qual eu vinha mantendo as postagens desde março – e numa profusão para lá de anormal, embora justificável – deu-se apenas em função de um pé quebrado, cuja história, aliás, eu contarei na sequência. Desse modo, como o mesmo já se encontra reabilitado, às vezes, inclusive, até pensando que tem asas, pensei que uma trégua na tal distração não seria uma má ideia, em busca igualmente de outras. Enfim! Eis o poema do poeta camarada...


Ó PRAZER DE COMEÇAR

 
Ó prazer de começar! Ó alvorada!

A primeira grama, quando parece esquecido

O que é o verde! Ó primeira página do livro

Tão esperado, surpreendente. Leia

Devagar, muito rápido

A parte não lida ficará pequena! E o primeiro jato d’água

No rosto suado! A camisa

Fresca! Ó começo do amor! Olhar que desvia!

Ó começo do trabalho! Colocar óleo

Na máquina fria! Primeiro movimento e

Primeiro ruído do motor que pega!

A primeira fumaça, enchendo os pulmões!

E você, pensamento novo!

 
B. B.

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