sexta-feira, 22 de agosto de 2014

ELEIÇÕES 2014: BECO SEM SAÍDA...

“Tente colocar bom senso na cabeça de um tolo e ele dirá que é tolice...”.

Eurípedes (480 - 406 a. C.)
Poeta grego.


Só pode ser mandinga, ou praga... de gafanhotos! O fato é que, quando aceitou ser vice do finado Eduardo Campos (PSB-PE), até então, candidato à presidência da República, Marina Silva (PSB-AC) perdeu o meu voto, já que vice não apita, e decidi, portanto, anulá-lo, o voto – e de cabo a rabo. Na semana passada, contudo, após a tragédia que vitimou o pernambucano, com a acreana ascendendo à cabeça de chapa, resolvi voltar atrás e, de coração, repetir a posição que assumi em 2010, que foi a de votar nela para presidir o Brasil. Ocorre que, com a confirmação da notícia de que o vice da ambientalista será (é) o deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) – ele mantém, diga-se de passagem, laços estreitos com o agronegócio, cuja “musa” é a famigerada senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), líder da bancada ruralista no Congresso Nacional e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por quem nutro sincera repulsa e desprezo (ela já declarou, inclusive, que o povo tem de comer defensivos agrícolas [link ao final da postagem]) –, eu me recuso, terminantemente, a votar numa composição de chapa para lá de paradoxal – o que dirá esdrúxula! –, desistindo, assim, pela segunda vez, por conferir o meu apoio à Marina nas eleições de 2014, embora saiba que, coitada, está “engolindo”, engasgada, o seu vice, cujas posturas, aliás, ela já criticava desde a época em que era ministra do Meio Ambiente. De qualquer modo, no que me concerne, pensei, com a razão – claro –, e sem a menor das culpas, em duas alternativas: ou não compareço as urnas, justificando a minha ausência do meu domicílio eleitoral, ou compareço e #VotoNulo


Enquanto isso...

“Com o engodo de uma mentira se pesca uma carpa de verdade...”.

William Shakespeare (1564 - 1616)
Escritor e dramaturgo britânico


Como ninguém é de ferro – pelo menos, não eu –, essa baboseira toda, essa falácia, que é a propaganda eleitoral nada gratuita, pois a mesma é paga pelo contribuinte, ou seja, o eleitor, pode até me fazer rir, mas rir muito – o leque de personagens hilárias parece não ter fim. O pior, contudo – grave, na verdade –, são as falsas promessas dos candidatos, as propagandas enganosas, no intuito de ludibriar o eleitor. Sei não, mas, esses candidatos deveriam ser enquadrados! Ocorre que, infelizmente...





NA TERRA DOS PAPAGAIOS

 “... Com os papagaios aprende-se que muitos são os que falam, mas poucos os que sabem o que dizem...”.

José Roberto Torero e Marcus Aurelius Pimenta
(Terra Papagalli)



Circo dos horrores

 “Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada...”.

Otto Von Bismarck (1815 - 1898)
Político alemão


Ora, convenhamos que, se a legislação eleitoral não fosse tão indecente e a legislação referente aos direitos do consumidor não fosse pelo mesmo caminho, bem que todos os brasileiros poderiam abrir uma malha férrea de processos no nem sempre pontual Programa de Orientação e Proteção ao Consumidor (PROCON)...


Mau exemplo


“Em uma época de mentiras universais, dizer a verdade é um ato revolucionário...”.

George Orwell (1903 - 1950)
Escritor indiano


Como diria o filósofo e matemático grego Pitágoras (570 a. C. - 480 a. C): — Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos...


Enjoo 

“Só os mendigos conseguem contar as suas riquezas...”.

William Shakespeare (1564 - 1616)
Escritor e dramaturgo britânico


Em época de eleições, a fila de candidatos pedintes, na maior cara dura, sem o menor dos escrúpulos, de olho no voto do eleitor, é bem maior – não se espante o leitor – do que as mantidas pelos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que, aliás, infelizmente, tem sido descaradamente menosprezado pelas políticas públicas do Estado. Sei não, mas, se um candidato, não importa qual, pede voto aos eleitores nas propagandas eleitorais já nada gratuitas, e indiscriminadamente, é porque não tem a menor das credibilidades – afinal, quando uma plataforma política é sólida, seja ela não importa qual, o candidato limita-se a apresentá-la, confiante nos seus propósitos, não se rebaixando, ou melhor, não se prestando a mendigar por votos (não tem coisa pior do que ouvir algo, tipo: “Peço o seu voto...”). Como diria o sábio Voltaire (1694 - 1778), filósofo e escritor francês: — A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano...


E o eleitor reage...

“É horrível assistir à agonia de uma esperança...”.

Simone de Beauvoir (1908 - 1986)
Escritora e feminista francesa


Eu que o diga! Pior: só não rasguei ou queimei o meu ainda devido as implicações decorrentes de tal gesto. De qualquer modo, continuemos, sim, a lutar, mas pacificamente, pelo...




E isso porque o comparecimento as urnas deve ser facultativo, não uma obrigatoriedade, sendo essa, portanto, uma das características de um regime que se diz e se quer democrático. Porém, enquanto esse dia não vem, ingresso na fila (sempre estive nela) daqueles que, assim como eu, defende tamanho avanço político – avanço esse que, admitamos, garantiria a plena cidadania da população brasileira. 


 “Mudar é difícil, mas é possível...”.

Paulo Freire (1921 - 1997)
Educador, filósofo marxista e patrono da educação brasileira (lei de 13/04/2012).


Importante ressaltar que, como temos visto em não importa qual o veículo de comunicação, incluindo, aí, as redes sociais, “não é pequeno – como já cheguei a escrever numa das postagens do meu blog – o percentual daqueles que estão visivelmente insatisfeitos. Indignados, eu diria!”, inclusive eu (com 51% dos votos nulos, o cenário, com certeza, mudaria de figuras!)...


Ilustração nada inocente



EM TEMPO: link (imperdível!) para a postagem O Veneno está servido... (16/8/2012), que fala da repercussão que teve a reportagem Brasil envenenado, publicada pelo Le Monde Diplomatique em abril de 2010, cujo conteúdo – a contaminação dos alimentos no país do agronegócio – foi duramente revidado pela senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), a abominável (essa mulher deveria ser enquadrada, pelas asneiras que diz e pelos crimes ambientais que comete...). Na referida reportagem, ainda, ao final, o link para o documentário O Veneno está na mesa (na íntegra), do cineasta brasileiro Silvio Tendler, lançado em 2011, que trata do mesmo tema, contendo, inclusive, as declarações criminosas da senadora, e que, por isso, logo conquistou o mundo: http://abagagemdonavegante.blogspot.com.br/2012/08/o-veneno-esta-servido.html

Link (igualmente imperdível!) para a postagem Agrotóxico: o tempero nada exótico do brasileiro (4/4/2014), publicada logo em seguida a divulgação, na mídia, de que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão governamental, liberou 19 tipos de agrotóxicos para serem injetados no nosso já tão contaminado meio ambiente (a previsão é a de que o Brasil passe a consumir 1 milhão de toneladas de veneno por ano) – não é à toa que Marina Silva, uma das ambientalistas de maior notoriedade no mundo (essa sua porção é que me encanta, além da sua trajetória de vida, o que supera as nossas divergências em relação a certos temas, inclusive religião), esteja “engolindo”, atravessado, o vice que o seu atual partido praticamente lhe impôs: http://abagagemdonavegante.blogspot.com.br/2014/04/agrotoxico-o-tempero-do-brasileiro.html


Nathalie Bernardo da Câmara
(pelo visto, parece que, aqui, a única transparente sou eu...).


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